Guerra imperialista contra a Líbia

Destruição de portos<br>agrava crise humanitária

Os bombardeamentos da NATO contra portos e navios líbios impedem a chegada de ajuda de emergência aos civis que a Aliança Atlântica diz pretender proteger.

«Do lado das consequências ficam os civis líbios»

Os ataques levados a cabo, desde quinta-feira da semana passada, contra oito navios da armada da Líbia e os portos de Tripoli, Sirte e Al-Khums são justificados pelo bloco político-militar imperialista com o objectivo de proteger o porto da cidade de Misrata.

Do ponto de vista militar, pretende-se dar cobertura ao avanço dos rebeldes em torno das cidades de Ajdabiya e Brega, ainda nas mãos das tropas regulares, e manter algumas das posições dos sublevados no território.

Do lado das consequências ficam os civis líbios, principais vítimas destas acções devastadoras. Segundo o governo da Líbia, o fluxo marítimo entre a capital e os demais portos foi interrompido pelas incursões aéreas da NATO. Em consequência, agravam-se as carências entre a população.

Simultaneamente, a NATO prossegue os bombardeamentos contra a residência de Muammar Kahdafi. Ainda no domingo, o complexo foi novamente atacado, operação consistente com os reiterados apelos dos EUA para que o presidente abandone o país.

O executivo liderado por Kahdafi indultou a semana passada cerca de uma centena de rebeldes que se haviam entregado às autoridades. Mas esse gesto teve como retorno apenas mais palavras hostis por parte do imperialismo, e não uma abertura ao diálogo como parecia pretender o regime líbio.

Posteriormente, em Bengazi, bastião do Conselho Nacional de Transição, um enviado do Departamento de Estado norte-americano encontrou-se com os dirigentes rebeldes garantindo-lhes o envio de toneladas de «ajuda humanitária» – rações de combate, tendas de campanha e outro material logístico – e considerando-os como os «legítimos e credíveis representantes do povo líbio».

Jeffrey Feltman parece ter coordenado a iniciativa com a responsável da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que no domingo abriu um escritório oficial da organização em Bengazi e reforçou a indicação para que países como a Alemanha também instalem representações junto do CNT.

Visto pelas potenciais capitalistas ocidentais como «legítimo e credível», o CNT já aspira a representar a Líbia na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, agendada para o dia 8 de Junho, em Viena, Áustria, o que, a suceder, culminará a primeira fase de um processo desencadeado pelo imperialismo com os olhos postos nos recursos naturais de um Estado soberano.



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